A criança não mora mais aqui...

Estranho, nunca pensei que falaria isso um dia.

Mas a criança não mora mas aqui, ando tão  pensativa ultimamente, que se Peter Pan me visse agora, com certeza me jogaria aos crocodilos.

Penso tanto em tantas coisas, que pela primeira vez me permiti envelhecer e quando olho no espelho penso, não foi tão insuportável assim.

Amadurecer, não é para muitos, mas, para aquele que permitem chorar quando deve ser chorado e sorrir muito a todo tempo, bom, sendo assim não se termina um ciclo e sim se acopla o que tem a algo novo.

Meus medos e pensamentos de crianças apenas se multiplicaram, tomaram uma cara nova com boas soluções, mas agora não sou tão criança como antes e nem velha como algum dia imaginei ser, apenas sou eu. Apurei minha personalidade, não tiro mais nada, pois essa é a formula do sucesso, só acrescento para fazer as coisas (digo, sonhos) acontecerem.

Não sinto mais frio na barriga quando mentem para mim, já estou acostumada a esse jogo e acho até um pouco mais cruel do que engraçado, antes me enganavam fácil, agora eu ajudo eles me enganarem, para que não fiquem tristes e desapareçam perante a minha força. Pois às vezes gosto de enganar eles também fingindo que acredito.

A palavra certa para esse momento é “AMORTECIDA”, nem dói, nem da tanta alegria, nem saudades, nem curiosidade, nem necessidade, só sinto meu coração bater e o sol mudar de posição durante o dia, e quando chega a noite a Lua brilha e assim se vai mais um dia.

Não acredito que isso seja tão negativo, afinal embernar é quando o metabolismo se prepara  para  uma grande mudança.